Faltam-me as palavras para escrever hoje. Um jovem de 23 anos foi morto a tiros na praça de eventos em plena festa, o socorro foi feito por amigos que o levaram nos braços até o hospital e não se via um policial sequer no momento do fato. Após o ocorrido chegou reforço policial, porém, para este jovem já era tarde demais. A delegacia de policia civil contava apenas com um policial de plantão que teve de fechar as portas para poder ir ao hospital fazer seu trabalho. A família da vítima ainda passou pelo constrangimento de ter que providenciar transporte para levar seu morto ao IML e arcar com os custos. Me pergunto que estado é este? Onde está o respeito pelo ser humano, o respeito pela vida? Se é o estado que tem interesse na causa mortis por que não faz o translado para o instituto médico legal? Para a família o fato é que a causa mortis foi arma de fogo, foi a falta de compromisso das autoridades com a vida... pra quem interessa a autópsia senão para o estado?
Fiquei chocada pela morte do jovem, uma barbárie... e muito mais chocada ao ver a família ser obrigada literalmente a fazer o transporte do corpo por conta própria para o IML. A delegacia forneceu o encaminhamento e a exigência do corpo de delito para poder liberar o funeral. Hilário, trágico, chocante... enquanto isso para os mais afoitos a festa continua, jovens na festa e pais na igreja, rezando, orando, para que a próxima vítima não seja do seu lar. O corpo do jovem está há 24 horas no IML e sem a família saber quando será liberado para o funeral, junto com a dor pela perda vem a dor da humilhação, do descaso, da falta de compromisso dos governantes para com os jovens e a sociedade.
