terça-feira, 24 de novembro de 2009

Quem é Marina Silva?


Maria Osmarina Marina Silva de Lima é acreana, nascida em 8 de fevereiro de 1958 na localidade de Breu Velho, no Seringal Bagaço. Aos 16 anos foi para Rio Branco, quando se alfabetizou pelo antigo Mobral. Seu primeiro emprego foi de empregada doméstica. Aos 26 anos formou-se em História pela Universidade Federal do Acre.
Participou das Comunidades Eclesiais de Base, de movimentos de bairro e do movimento dos seringueiros. Em 84 participou da fundação da CUT no Acre. Chico Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina a vice-coordenadora.
Em 88 foi a vereadora mais votada em Rio Branco. Em 1990 foi a deputada estadual mais votada. Em 94, aos 36 anos, chegou a Brasília como a senadora mais jovem da história da República e a mais votada entre os candidatos do Acre. Três anos depois recebeu homenagem do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas como uma das 25 mulheres escolhidas em todo o mundo para representar a ação pela vida da Terra.
Reelegeu-se senadora em 2002, com votação quase três vezes superior à anterior. Em 2007 recebeu da ONU o prêmio “Champions of the World”, por sua luta para proteger a floresta amazônica. Também em 2007, foi citada em uma lista preparada pelo jornal britânico The Guardian como uma "as 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta". Foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, de 2003 a maio de 2008.
Em 2008, foi homenageada em São Francisco-Califórnia com o prêmio concedido pela Rainforest Action Network (RAN)-World Rainforest Award 2008, como reconhecimento pelo seu trabalho e o seu enorme compromisso para proteger a floresta tropical Amazônica. Também em 2008, foi homenageada com o prêmio Duke of Edinburgh Award Conservation Medal (WWF), pela sua notável liderança na criação do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia Regional, um dos mais ambiciosos esforços pela conservação já empreendidos e pelo seu incansável empenho e compromisso pela Amazônia e seus habitantes.
Marina tem sua vida contada em duas biografias, as duas primeiras lançadas em 2002, uma no Brasil e outra nos Estados Unidos: “Marina Silva”, da coleção Fé e Política da Editora Salesiana; e “Marina Silva - Defendendo as Comunidades da Floresta Tropical no Brasil” (Marina Silva - Defending rainforest communities in Brazil), da coleção Mulheres Mudando o Mundo, da editora The Feminist Press, da Universidade da Cidade de Nova Iorque.

O que falam sobre Marina???

" Marina, não te merece um governo que se cerca de latifundiários e cúmplices do massacre de ianomâmis. Não te merecem aqueles que miram impassíveis os densos rolos de fumaça volatilizando a nossa floresta para abrir espaço ao gado, à soja, à cana, ao corte irresponsável de madeiras nobres."
Frei Betto




"Marina me arrebata. É nobre, firme, sóbria. E domina a área dela, a do meio ambiente. Como Gilberto Gil que passou pelo governo federal sem se manchar, sem cometer erros crassos. Jurei que não votaria mais em candidato nenhum, nem do Executivo, nem do Legislativo. Mas a Marina talvez me anime a voltar atrás. Fechei com Lula nas eleições de 2002 e, depois, parei de votar. Os políticos me irritam. Imaginam que somos idiotas." Maria Bethania






"Marina traz uma postura muito contributiva para o desenvolvimento da vida política no Brasil. Se ela se candidatar, vai ser muito interessante" Gilberto Gil



"A Marina pode não estar interessada na presidência, mas a presidência, isto é, o povo, tem interesse nela." Mario Rique Fernandes





"Qual é a pessoa com carisma, com base popular, ligada aos fundamentos do PT e que se fez ícone da causa ecológica? É uma mulher, seringueira, da Igreja da libertação, amazônica. Ela também é uma Silva como Lula. Seu nome é Marina Osmarina Silva. Marina representa outro paradigma. Não mais a má utopia do progresso sem fim, mas a boa utopia da harmonia planetária. A nossa visão não é restrita a 2010-2014. Estamos mirando a grande crise de 2035 e buscando evitá-la enquanto é tempo ou, na pior das hipóteses, buscar alternativas ao seu enfrentamento. É por isso, por amor a nossos filhos, netos e netas, temos que dar força à candidatura da Marina. E que Paulo Freire nos ajude a fazer dessa campanha eleitoral uma campanha de educação popular de massas" Leonardo Boff





"Marina Silva está léguas à frente da maioria da classe política em termos de desenvolvimento sustentável. Votaria nela com entusiasmo." Oded Grajew



"Além de ter as qualidades carismáticas de um Barack Obama, ela é mais bem informada, culta e hábil que o atual presidente brasileiro. Estou seguro de que saberá compor uma equipe governamental capaz de colocar o Brasil no rumo do ecodesenvolvimento." José Eli da Veiga



"O Brasil precisa de um projeto moderno e ético e do retorno da paixão à política, o que só pode ser traduzido por candidaturas muito especiais, dessas que fazem a gente se orgulhar ao votar. Anotem aí: Marina é a cara!" Marcos Rolim





"Para mim, a Marina é uma mulher maravilhosa, uma militante de esquerda exemplar. Não há dúvida de que Marina é a melhor (candidata) para o Brasil – assegurou" Heloísa Helena



"A candidatura de Marina Silva à Presidência da República seria "um raio de sol" na política brasileira" Chico de Oliveira



"Marina Silva representa uma visão mais ampla, inclusiva e sensível de crescimento econômico, social e ambiental presente em líderes de empresas, líderes do terceiro setor, em comunidades tradicionais, em educadores; e não somente em ambientalistas" Kaká Werá Jecupe





"Os que não perderam a crença nas mudanças devem se alegrar com candidaturas portadoras de utopias, como a de Marina Silva e outras que venham a surgir." Cristovam Buarque


"Quero ver o seu olhar, Marina. Quero ver o seu rosto, onde mora o sentido, e não dois olhos retirados do seu rosto. O seu rosto, moldura dos seus olhos, fala mais e diferente que os seus olhos. Não quero ver os seus olhos na televisão. Quero ver o seu rosto, onde mora o seu olhar…”
Rubem Alves



"Marina foi minha professora de História no Colégio Meta e sempre foi assim...integra...guerreira...é de seres humanos como ela que nosso Brasil precisa!" Rogéria, Acre

Por que Marina Silva????

Por que Marina? – Hélio Bicudo

Sep 26th, 2009 by acaradobrasil
Quando nos conhecemos, em nossa militância política no Partido dos Trabalhadores – então o caminho para a política em benefício desse povo oprimido e desamparado que constitui a maior parcela dos nossos compatriotas – encontrei em Marina uma personalidade comprometida com esse ideal. Aquela primeira impressão foi reforçada no momento em que dele nos desligamos ao constatar o abandono – por uma direção empolgada em chegar ao poder exclusivamente pelo poder – de tudo aquilo que se constituía no alicerce da construção de um país democrático em que todos fossem iguais perante a Lei.

O desempenho de Marina como ministra do Meio Ambiente e como senadora no Congresso Nacional, conseguiu manter a chama que se ia apagando em todos nós, seus companheiros. Fez sobreviver a esperança de que cheguemos a uma necessária inversão de expectativas, quando os Direitos Humanos – onde o meio ambiente se põe como um de seus sustentáculos – passarão a representar, como está escrito na Constituição Federal, o fundamento maior do Estado democrático de Direito.

Essa chama agora é alimentada pela decisão de Marina Silva de apresentar-se como candidata à Presidência da República. O ideal abandonado precisa ser retomado em nome do compromisso assumido por homens e mulheres, para que tenhamos um Brasil voltado para o hoje chamado desenvolvimento sustentável, com equilíbrio entre as áreas econômica, ambiental e social. Nesse terreno, a vocação de Marina pelo direito à vida em todos os seus aspectos pode, sem dúvida, renovar nossas melhores esperanças de um verdadeiro porvir às futuras gerações.

Hélio Bicudo, jurista, político e ativista dos direitos humanos. Foi deputado federal e vice-prefeito de São Paulo. Desde 2.000, é presidente da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FidDH). Autor dos livros Segurança nacional e Submissão (Paz e Terra), Direitos Humanos e Sua Proteção (FTD), Meu depoimento sobre o Esquadrão da Morte (Martins Fontes), Minhas Memórias (Martins Fontes) entre outros.

MILITANTES DA CIVILIZAÇÃO - por Marina Silva

MILITANTES DA CIVILIZAÇÃO


Texto escrito pela senadora Marina Silva em 16 de junho de 2008, na Folha de São Paulo

Na semana passada o Congresso brasileiro recebeu dois grandes homens: um bengalês e um indiano, ambos cidadãos do mundo. Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz de 2006, criador do Banco da Aldeia, que deu aos pobres microcrédito e oportunidade de gerar emprego e renda. Rajendra Pachauri, Nobel da Paz em 2007 como chefe do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que demonstrou a gravidade do aquecimento global e a urgência de medidas para controlar seus efeitos.

É paradoxal a singeleza com que trazem uma pororoca de desafios que a humanidade não pode banalizar nem deles fugir. Ao lado de seus temas específicos -pobreza e mudanças climáticas-, Yunus e Pachauri são portadores do grande tema oculto de nosso tempo: a coragem, tanto para mudar quanto para manter o que tem que ser mantido.

A sociedade de consumo, amplamente vitoriosa, nos impõe uma derrota acachapante: o fatalismo, a crença de que o mundo é assim mesmo, atracado a um conceito de civilização assustador, cuja medida de avanço é o aumento da capacidade de consumir. Quanto trabalho humano e quanto em recursos naturais e energia são gastos para multiplicar consumo perdulário?

Não fosse nosso insustentável desejo de ter, essa força monumental poderia ser redirecionada para dar habitação digna, saúde, alimentação, educação e meio ambiente equilibrado para todos.

Fatalismo pode ser explicação plausível para tanta inércia diante do que podemos chamar de Consenso dos Insensatos, o conluio de poderes para colocar interesses pequenos sempre à frente quando se trata de combater os impactos da máquina de produzir “civilização” descartável, risco ambiental e exclusão social.

Yunus e Pachauri são pessoas simples, discretas. Ambos se dedicam a levar o extraordinário para o dia-a-dia. Lembram que há espaço para a contribuição de todos, de onde saem as grandes mudanças.

Mostram a conexão inexorável dessa nossa encruzilhada civilizatória: não há soluções isoladas. Os instrumentos são econômicos, tecnológicos, sociais, mas eles serão inócuos sem um redirecionamento de processos e de demandas. Isso implica decisões pessoais e coletivas, culturais e espirituais, éticas e até estéticas. O caminho que leva ao abismo nos dá sinalizações para a volta. Há que fazer escolhas.

Hoje, para quem quiser se engajar, não é mais possível ser só ambientalista, ou só militante de causas sociais, políticas, culturais. É preciso se engajar em tudo, ser militante da civilização.

O projeto societário de Marina Silva: uma ética do presente e do futuro – por Lucia Helena de Oliveira Cunha

O projeto societário de Marina Silva: uma ética do presente e do futuro – Lucia Helena de Oliveira Cunha


Todos sabem que as lutas socioambientais de Marina Silva estão inscritas em sua história e na história.

Todos também conhecem o seu brilhantismo intelectual, já evidenciado quando assistia às minhas aulas de Sociologia e Antropologia na Universidade Federal do Acre, cursando História. Impressionava-me à época, nos anos de 1980, a capacidade de sua elaboração teórica e de colocação de questões relevantes do ponto de vista do conhecimento e do ponto de vista político.

Entre nós havia uma troca de iguais – um profícuo e verdadeiro diálogo de saberes -, assim como tem sido até hoje quando também aprendo com Marina a partir de seu pensamento sempre fértil e original e de suas ações criativas e destemidas. Mas é necessário ressaltar, ainda, que em uma época em que a política é rebaixada em sua importância histórica para a construção do novo, banalizada no espetáculo midiático da modernidade, Marina ainda demonstra ter uma visão ampla do significado de saber e fazer política, mesmo sem poder fazê-lo nos termos que ainda são postos retrogadamente na política brasileira marcada pelo servilismo, favoritismo, bajulações – pelo neo-populismo, neo-coronealismo, neo-colonialismo.

Querendo sempre fazer política em sentido grande, destes “ismos” a ex-ministra nunca compactuou. Nem das históricas pressões de interesses escusos dos ruralistas, dos madereiros e do agro-negócio. Fiel aos seus princípios éticos e a sua visão de mundo alargada, coerente com suas propostas, optou em se desligar de sua função ministerial.

É bom que se diga que, mesmo comprometida com o presente, fazendo a “poética do agora”, seu projeto de futuro é amplo: a construção de um novo projeto societário ou civilizatório que coloque em um novos termos as relações entre os homens e a natureza e dos homens entre si, dentro de um novo pacto histórico; de um novo contrato social e natural que contemple a dança da vida – o respeito a todos os seres vivos.

Essa é Marina que conheço intimamente; ainda remando contra a maré possui um projeto do presente com desdobramentos para o futuro em que o inédito tenha lugar. Em que as gentes da floresta, do mar, da terra, dos rios possam habitar esse futuro numa “casa comum” planetária, com sua rica diversidade cultural e ambiental em que possa haver uma fecunda polifonia de vozes.

Lucia Helena de Oliveira Cunha, antropóloga e Dra. em Meio Ambiente e Desenvolvimento/UFPR, Université Paris 7/Université Bourdeaux.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Falta de tempo

Caros amigos, ando afastada da net por falta de tempo. Voltarei a postar neste blog assim que encontrar um tempinho livre. Peço a compreensão de todos. Um grande abraço.